quarta-feira, 12 de março de 2008

Uma letra de música neste blog.

Já vi mais de um blog nesta enorme blogosfera mundial onde diariamente os posts terminam com letras de música.

A prática também é muito comum dentro do Orkut.

Não sou o maior conhecedor de letras de música do mundo. Talvez isto se deva ao fato de que eu escuto muito Jazz Instrumental, quase em excesso. De qualquer forma, eu não me recordo de ter colocado letras de música em nenhum momento deste blog, que já tem mais de um ano de existência. Assim sendo, nesta ocasião desvirginá-lo-ei como veículo destas interessantes manifestações de nossa vida diária. Afinal, elas nos fazem ponderar sobre os mais diversos aspectos da existência, e portanto merecem algum elogio. (ao menos enquanto não falam de tchutchucas)

Escolhi para este post uma letra sobre a saga da aventura humana neste planeta em que vivemos, a Terra.

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Aqui tem João de Barro, Pintassilgo, Pinta-Roxo, Pica-Pau e Colibri;
Aqui tem Canário Belga, Araponga, Assum-Preto, Curió e Bem-te-Vi.

Aqui tem tanta Andorinha, Cambaxirra, Quero-Quero Rouxino e Juriti;
Que Servem de Tiro ao Alvo para espantar o Tédio e o vazio do Existir.

- Rogério Skylab, "Matador de Passarinho".


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É apenas a primeira estrofe da música, mas ela ilustra bem esta jornada.

O ser humano, quando respira e abre os olhos pela primeira vez, se vê inserido um mundo cheio de criaturas das mais variadas formas, cores, e sons.

Por ser possuidor de intelecto e racionalidade, se põe a nomear estes seres a seu bel-prazer: este Pintassilgo, aquele Quero-Quero, e o outro Colibri.

Assim, ao homem é reservado o papel de dar relevância ao universo: é ele que o nomeia, ele que o interpreta, ele que busca conhecer seus mistérios, ele que deixa seu legado de tempos tanto idos quanto vindouros.

Porém, em troca do privilégio de ocupar esta posição, terá um eterno fardo. Por ser capaz de interpretar, será capaz de questionar. E ao ser capaz de questionar, estará fadado a viver cada dia tanto com a companhia não-requisitada do tédio quanto o vazio do existir que permeia a própria matéria do 'ser'.

Petrus.