domingo, 22 de abril de 2007

Pequena Miss Sunshine (filme)

A FOX é uma empresa que as vezes acho bizarra.



Por um lado, dá seu nome à FOX NEWS, o canal de notícias dos EUA que sempre defende Bush e sua direita religiosa e neoconservadora.

Por outro, tem os estúdios da FOX, que fazem filmes às vezes bons, às vezes ruins, e que às vezes denfendem o neocoservadorismo e ás vezes nem tanto.

E existe ainda a marca "FOX Searchlight", que é a que põe em circulação filmes mais "cults" como "Waking Life", "Sideways" e "Pequena Miss Sunshine". Todos estes filmes que mencionei são quase o oposto do neocoservadorismo, talvez não explicitamente mas implicitamente por tomarem todos o partido dos tidos "losers" da sociedade dos EUA.



E por falar no eterno duelo entre "Winners" e "Losers" nos EUA, poucos filmes são tão mordazes e sarcásticos ao atacar a eterna busca dos estadunidenses de serem "Winners" do que "Pequena Miss Sunshine".



O filme retrata o que seria uma típica família stadunidense, que ser a mais "Winner" das "Winners", e só consegue ser um bando de "Losers" Hipócritas. O personagem de Greg Kinnear é emblemático: um guru da auto-ajuda que não aceita "negatividade" à sua volta e com isso só consegue ser o ser MAIS CHATO da face da Terra. Falando sério, Greg Kinnear merece um Oscar por ter conseguido interpretar um personagem TÃO chato e que adoramos porque é chato. É ótimo ver ele na tela atuando, mas é o cidadão que você menos gostaria de ter ao seu lado durante sua existência terrena.



E assim ele mostra o grande problema da auto-ajuda: como a eterna busca do "sucesso" faz algumas pessoas se tornarem chatíssimas e só conseguem criar o ódio ao sucesso. Nada como ver um filme em que você tem um suicida (o ótimo Steve Carrell), um adolescente raivoso que só lê Nietzche e faz um voto de silêncio, e um velhinho drogado (Alan Arkin), e de todos estes o mais "anormal" e "desfuncional" de todos é exatamente o "normal" da casa, o dito guru da auto-ajuda (Greg Kinnear).



Pequena Miss Sunshine é um filme ótimo e muito engraçado. E eu diria que é um filme necessário nos EUA de hoje: depois do tiroteio na universidade da Virgínia, os estadunidenses precisam começar a entender que colocar competição em tudo cria mais problemas do que resolve. Melhor descobrir que ser mais "relax" e menos preocupado com o sucesso é uma coisa boa com filmes como "Pequena Miss Sunshine", e não com o trauma de uma tragédia.



Petrus.





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Um comentário:

Anônimo disse...

Fiquei com mais vontade ainda de ver. Gostei da sua análise.