sexta-feira, 23 de março de 2007

Contação de Histórias

Ontem, como mencionei, fui no tal curso de contação de histórias. Era gratuito na Saraiva.



Chegando lá, descubro no meio do dito curso que o tema eram histórias para crianças. Não exatamente minha linha de operação. Por outro lado, o curso teve algumas informações interessantes.



Provavelmente a melhor delas foi sobre a função da história na formação do indivíduo. O rapaz que dava o curso basicamente sustenta que as histórias a serem contadas não devem ter alguma lição a ser tirada delas, nem um propósito claro. A função da história é apenas abrir a mente da pessoa para que ele pense em várias coisas e assim seja um ser mais pensante.



Infelizmente, o movimento do politicamente correto anda determinando que certas histórias infantis e cantigas são inapropriadas para serem contadas para crianças. Um exemplo clássico é "Atirei o pau no gato", cantiga infantil que incita à violência contra os animais e portanto foi banida das escolas. A canção "boi da cara preta", dita racista, foi devidamente substituída pelo "boi do piauí".



A função de se contar estas histórias é que elas de uma certa forma abordam temas altamente filosóficos de uma forma que a criança pode pensar do jeito dela sobre as coisas. Ensinar sobre as crianças a não serem trouxas e não aceitarem o que estranhos lhes dão pode ser metaforizado com "Branca de neve e os sete anões", de certa forma, mas como hoje esse conto só pode ser referido como "A Caucasiana e os sete cidadãos verticalmente deficientes", o que resta para a criançada?! So a Bíblia pode agora?!

A discussão aqui é que o medo de se contar uma história para a criançada e ser taxado de incorreto politicamente tem basicamente congelado os esforços de professores primários em contarem histórias. Por este motivo, a geração atual anda ficando carente de escutar histórias e portanto pensa menos do que poderia. Parece meio exagerado, mas depois que parei para pensar acho que faz sentido. A criança que é tratada como adulto vai mais tarde se ressentir e querer voltar à infância, talvez.



Um outro dado interessante foi descobrir que, aparentemente, as parábolas de Jesus são todas elas variações de parábolas do Talmud, um dos livros sagrados dos Judeus. Acho que isso parcialmente explica porque para eles Jesus não é o Messias.



Petrus.





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