terça-feira, 27 de março de 2007

Um refúgio no passado (My father's Den) (filme)

Meu pai precisava alugar 6 filmes na locadora para pagar o preço promocional. O sexto era este filme, cujo nome em português para variar é horrível. "Um refúgio no passado" é muito menos interessante do que "O Covil do meu Pai".



Pus este filme para rodar meio contrariado. Só fui vê-lo porque era o último dia hoje da locação do filme e alguém tinha de o ver para o preço pago não ser à toa.

Achei no começo que era apenas mais um filme Neo-zelandês sobre a típica história do homem frio e calculista que volta a sua cidadezinha e descobre os prazeres do afeto humano, e mais aquela pieguice toda.



Bah, ledo engano! O filme dá toda a pinta que vai seguir esta linha no começo do filme. Mas não segue. Na verdade segue uma linha que o faz se tornar um filmaço. Excelente!



As coisas começam a mudar no filme quando surge a personagem que parece uma Bjork com olhos mais normais. Ela parece no começo que vai ser a típica palhaça colocada no filme para darmos umas risadas. Que surpresa, ela é a protagonista! E que protagonista, por sinal. Um personagem interessantíssimo. Todos que verem este filme vão se ver um pouco nela.



Igualmente temos o ator principal, o protagonista masculino, o cara que aparece na capa do filme. É um ator que você nunca ouviu falar e que faz você se sentir enganado quando vê a capa do filme, porque você pensou que estava alugando um filme do John Cusack e não deste sósia desconhecido dele. Seu personagem no começo do filme parece que vai ser o típico homem duro e com coração de pedra da cidade grande que vem para a cidade pequena e vai eventualmente descobrir o amor e blah blah blah.

Mas aí o filme vira a moeda totalmente. Você descobre que na verdade o rapaz da cidade grande é o único com bom senso em um mundo virado e ponta-cabeça, e a cidade pequena em que ele se meteu é na verdade a Dogville da Nova Zelândia.



E além destes personagens fantásticos, temos um grande trabalho de direção e roteiro. Flashbacks que misturam de forma perfeita passado e futuro. Sequências mudas, só com imagens e música, em que o diretor consegue mostrar tudo o que passa na cabeça do personagem, bem como tudo o que aconteceu em seu passado e que você só pode tentar adivinhar.



Como se não bastasse esse filme que começa mal e no meio fica excelente, no final temos uma surpresa da magnitude da de "Sexto Sentido". O lado bom é que isto é uma daquelas coisas que te faz sentir recompensado de ter visto o filme do começo ao fim.

O lado ruim é que, do jeito que a coisa vai, você sai da sessão de cinema como se tivesse acabado de assistir "Uma verdade Inconveniente" mesclada com uma certa cena especial de "Irreversível".



Não é para os fracos de coração. É, isso sim, para os amantes do cinema.



Petrus.





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